NotíciasCom a força dos ventos Ao atracar nos portos brasileiros de Pecém (CE), Rio Grande (RS) e Santos (SP), o navio E-Ship I, de bandeira alemã, fez história. Mais de seis séculos depois do período das grandes navegações mundiais, a energia eólica volta a ser utilizada como combustível, desta vez para navios cargueiros.
O vento, antes fundamental para a movimentação das embarcações à vela, agora serve para movimentar estruturas do E-Ship I, o navio com 130 metros de comprimento e 22,5 metros de boca. O que chama a atenção são os quatro reatores, que mais parecem torres imponentes, instalados no convés principal e que estão ligados a hélices do navio. Ao movimentá-los, a energia é gerada. Cada rotor possui 27 metros de altura por 4 metros de diâmetro. Para conseguir a propulsão, o navio utiliza o chamado efeito Magnus. Quatro rotores cilíndricos que ficam instalados no convés principal, giram. Esses giros, associados ao efeito do vento lateral, criam uma força que ajuda a impulsionar o navio. As quatro torres cilíndricas, que emergem do convés, são rotores eólicos capazes de captar a energia do vento para auxiliar a propulsão a diesel-elétrico do navio, sem interferir nas operações de carga e descarga. Estes rotores permitem reduzir cerca de 30 a 40% das emissões de combustível que, habitualmente, registram os navios de semelhante porte.
Além dos rotores, nove geradores movidos a diesel equipam o navio, gerando uma potência total de 3,5 MW. A super estrutura do navio está localizada na proa, onde também há três pisos e dois guindastes por bombordo, com longas lanças, e capacidade de carga de 80 e 120 toneladas. O navio possui uma rampa traseira e pode funcionar como um navio de carga roll-on/roll-off.
O E-Ship I iniciou sua viagem partindo do porto de Emden, na Alemanha. O cargueiro foi projetado pela Enercon GmbH, a terceira maior empresa fabricante de turbinas eólicas no mundo. Na sua primeira vinda ao Brasil, traz componentes para turbinas eólicas que são produzidas pela Wobben Windpower, unidades instaladas em Sorocaba (SP) e Pecém (CE). No retorno à Europa, levará produtos de sua própria fabricação da Wobben, como as pás para aerogeradores. A iniciativa é valorizar as exportações de produtos brasileiros e incentivar a nacionalização de seus fornecedores, fruto de uma forte política de exportações da unidade instalada no Brasil.
No porto do Rio Grande, o cargueiro trouxe torres e componentes para turbinas eólicas que deverão ter como destino os parques eólicos de Osório e Palmares, no litoral norte gaúcho. Data: 21/03/2011 Fonte: Revista Conexão Marítima |
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